sábado, 23 de abril de 2011

Admirável Mundo Novo

Pense em um mundo que não haja dor, doenças, limitações impostas pela velhice, sentimento de luto, miséria (coisas de selvagens), e que haja conforto tecnológico muito maior do que o que existe nos países mais desenvolvidos atualmente; e mais: pense num mundo onde os laços sanguíneos não prendem as pessoas, e ninguém é de ninguém, o sexo é livre e tem seu valor invertido em relação a nossa sociedade: pode e deve ser praticado desde muito cedo e com o máximo de parceiros possível, e nesse mundo ainda há uma panacéia; o Soma.

Quase todos nós já pensamos em um mundo assim, “perfeito”, mas ninguém conseguiu descrever esse “mundo de maravilhas” como o escritor inglês Aldous Huxley, que publicou na década de 30 Admirável Mudo novo. Huxley nos mostra que por mais que tentemos evoluir, essa evolução depende do ponto de vista; quanto mais “facilitamos” a vida, mais dependente somos de banalidades que nos escravizam. E por mais que o homem mude, ele sempre será o mesmo; é um paradoxo que está na essência humana “o que aconteceu ainda está por vir”.

Huxley também consegue expor a tábua rasa que somos todos nós, onde escrevem o que querem, dependemos do acaso para sermos quem somos. Nossa personalidade, valores, princípios, conceitos e crenças são postos em nós como peças postas em automóveis nas linhas de montagem; claro que o processo é um pouco mais longo; mas somo condicionados com repetições e exemplos desde que nascemos e cremos que estamos certos, e todas as outras incontáveis culturas estão erradas, quando na verdade as pessoas que tem outra cultura receberam um tipo de condicionamento diferente do nosso, ou seja, quem somos não depende nós.

O mundo perfeito que sonhamos é uma utopia, a felicidade é uma busca, que só acaba quando acaba a vida; é inalcançável, porque a satisfação é um sentimento que não é abrigado pala alma humana.

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